Público Edição Digital

França passou por cima da Namíbia

É um grande orgulho ver Portugal a jogar num Campeonato do Mundo. É muito importante para promover o râguebi português e para que os jovens em Portugal comecem a jogar

a certeza de que depois deste Mundial mais portugueses vão ter a oportunidade de saírem para França. Já começo a ler isso nas notícias em França… Mas os jogadores devem aproveitar a oportunidade. Depois avaliam. Podem sempre regressar a Portugal.

Na selecção há muitos jogadores nascidos em França, filhos ou netos de portugueses, como é o caso do Julien Bardy. É importante continuar essa prospecção?

Ninguém pode ser dispensável, mas também não há indispensáveis. Eu não o era. Os jogadores formados em Portugal têm muito bom nível. Há um trabalho que terá de ser feito nos clubes portugueses para subir o nível nas primeiras e segundas-linhas. É muito importante começar o trabalho por aí. Se reparar, temos na equipa o Vincent Pinto, que foi campeão do mundo de sub-20 pela França. Ainda é muito jovem e com muito potencial. Escolheu

Virou aos 54-0 e acabou em 96-0. Como se previa, a França não teve problemas em vencer o seu terceiro jogo no Mundial de râguebi, numa partida que serviu para confirmar que a Namíbia, a par da Roménia, é a selecção mais frágil na competição. Após uma prova de força contra a Nova Zelândia (27-13) e um jogo em que sentiram dificuldades contra o Uruguai (27-12), os franceses aproveitaram o terceiro duelo no Mundial para jogar por Portugal. Para nós, é um orgulho ter um jogador assim. Depois do Mundial, haverá outros a querer. Quem vier terá de elevar o nível.

Portugal perdeu contra o País de Gales por 20 pontos, mas no final os jogadores não estavam satisfeitos. Já há outra exigência no râguebi português?

O sentimento era de frustração. Ainda temos muito trabalho para ganhar confiança e, com 13 ensaios marcados, mantêm o registo 100% vitorioso. O Mundial prossegue hoje com um jogo que será bem mais equilibrado. A Argentina vai defrontar (16h45, SPTV3) Samoa, num jogo importante para clarificar as contas num Grupo D em que, tirando o Chile, todas as selecções têm argumentos para lutar por um lugar nos “quartos” — a Inglaterra, com duas vitórias, já tem pé e meio na fase seguinte. fazer, mas o nível está mais perto do que é preciso. Não vou dizer que podíamos ter vencido, mas sofremos um ou dois ensaios em que facilitámos. Erros de concentração. O nível está muito melhor. Recebi muitos comentários de franceses a elogiarem Portugal. É uma boa publicidade. Mas temos de manter os pés assentes na terra.

Ficou surpreendido com a exibição de Portugal?

Sabia que tínhamos muito potencial. A linha de três-quartos é muito boa, mas também sei quais são os nossos pontos fracos. Sabia que não iria haver uma derrota total e que Portugal podia deixar uma boa imagem.

Defrontou algumas vezes a Geórgia. O que é que Portugal precisa de fazer para vencer no sábado?

A Geórgia é uma equipa do nosso campeonato. É a selecção do nosso grupo contra quem podemos tentar alguma coisa... Têm qualidades que não temos, mas nós temos qualidades que eles não têm. Teremos de estar muito concentrados e disciplinados. Depois vê-se o que acontece. Este é o jogo em que podemos ganhar, o que seria muito bom para nós, mas eu tenho muito respeito pela Geórgia. Conheço muitos dos seus jogadores e temos de ter cuidado.

O grupo de Portugal está muito nivelado? O que se passa com a Austrália?

Para mim é o grupo mais linear. Fiji está no nível mais alto. Os galeses e os australianos já não são os mesmos do passado. Acho que a Austrália já está a preparar o Mundial 2027, que vai organizar. Estão com um grupo muito jovem. Não parecem estar muito preocupados com este Mundial.

É desta vez que a França vai ser campeã?

(Risos) Há muita pressão. Tenho lido a imprensa francesa e já começam a pressionar. A equipa é muito completa e tem muita qualidade. Acredito que sim.

O principal perigo para a França vem da Irlanda e da África do Sul?

É difícil fazer previsões. Quero acreditar que a França pode ser campeã. Está mais forte do que nunca. Se não for neste ano… Não podendo ser Portugal, vou estar a torcer pela vitória da França.

Desporto

pt-pt

2023-09-22T07:00:00.0000000Z

2023-09-22T07:00:00.0000000Z

https://ereader.publico.pt/article/282209425469161

Publico