Treinador de padel há mais de uma década, João Plantier decidiu partilhar no livro Padel — Melhora o Teu Jogo a sua filosofia de treino, diferente do método convencional de aprendizagem, com uma maior criatividade e desafios diferentes e originais colocados aos alunos, para que o divertimento seja constante e a evolução seja mais rápida.

O treinador joga padel desde 2007 e cinco anos depois estava a dar aulas, no Porto, antes de se radicacar em Lisboa, quando a modalidade ainda era pouco conhecida. “Lembro-me de ir à televisão falar de padel, a um programa de desportos alternativos e ainda tive de explicar o que era”, recorda Plantier, antes de admitir a explosão de praticantes, em especial, nos anos póspandemia.

“Defendo a regra ‘jogar, treinar e competir’. Quero que as pessoas joguem e, dentro do jogo, explorem, até porque lido com adultos, muitas mulheres. Há uma diferença: os homens começam pelo jogo; as mulheres começam pelo treino e vão adiando a competição. A minha função é entusiasmar as pessoas a jogar”, admite João Plantier, que revela a satisfação de ver adultos que não fazem desporto há muitos anos ou nunca fizeram e, de repente, descobrem que podem ter sucesso numa modalidade, podem jogar torneios além da facilidade em fazer amigos, característica social muito própria do padel.

O treinador da Academia do Padel promove o risco, forçando os alunos a tentar ganhar pontos, em vez de jogarem para não os perder.

“Os ingredientes para se ganhar jogos de padel são: controlar os erros (e não eliminá-los), forçar o adversário a falhar e fazer winners. E estas duas últimas são as que me entusiasmam mais, porque não me revejo na abordagem de quando se erra ser castigado. O aluno não poder ter medo de falhar e de experimentar”, diz Plantier.

O livro destina-se a iniciados e a quem quer continuar a evoluir, desmistificando frases feitas e preconceitos, como “a ideia de que no padel ganha quem falha menos, o que implica que o treino seja dirigido para que a pessoa pare de falhar. A minha filosofia é totalmente contrária, o erro faz parte da aprendizagem”, explica o treinador.

Outra ideia é a de que o jogo é disputado sempre com bolas cruzadas, do fundo do campo. “É verdade, excepto quando não se joga”, brinca o autor, recordando que “o campo é pequeno e os pontos são supostamente para terminarem rápido”. “Eu consigo convencer os meus alunos a irem à rede com exercícios, não porque eu digo para avançarem.”

O treinador defende igualmente uma abordagem mais aberta, contrária às ideias feitas do ensino convencional do padel.

“Por exemplo, não chateio a pessoas com as pegas, trabalho com as imperfeições que têm e isso ajuda a evoluir mais depressa. Vou buscar muitas coisas a outros desportos, porque me interessa e porque têm mais informação; o padel é um desporto ainda recente e os treinadores são antigos campeões”, justifica João Plantier.

Lembro-me de ir à televisão falar de padel, a um programa de desportos alternativos e ainda tive de explicar o que era João Plantier Treinador de padel