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Portugal bateu os seus recordes ante a Islândia

Selecção fechou a campanha para o Euro 2024 com a décima vitória em dez jogos e com um total de 36 golos marcados

Marco Vaza

Terminou a qualificação mais tranquila da história da selecção portuguesa. Em Alvalade, Portugal carimbou um apuramento perfeito para o Euro 2024, com um triunfo por 2-0, sobre a Islândia, no último dia de competição do Grupo J. Foi a décima vitória em dez jogos naquela que foi a primeira vez que Portugal fez o pleno a caminho de uma grande competição e a primeira vez que ganhou dez seguidos. E fê-lo batendo o seu próprio recorde de golos marcados, 36 — o anterior máximo era de 35 na campanha para o Mundial 2006. Nesta qualificação de recordes, só Ronaldo é que ficou sem a distinção de melhor marcador — seria bem difícil ultrapassar os 14 de Romelu Lukaku, depois dos quatro do belga durante a tarde, e o capitão da selecção ficou a zero.

Depois da sua melhor imitação de cientista louco no jogo com o Liechtenstein, Roberto Martínez deixou cair a experiência de jogar com sete avançados e inverteu a pirâmide para um esquema mais normal. Defesa a quatro (Inácio voltou ao “onze”, João Mário foi titular), três no meio-campo (Palhinha, Otávio e Bruno Fernandes) e três na frente (Bernardo, Félix e Ronaldo). Equipa equilibrada, sem adaptações. A táctica “tudo para a frente” não serviria para uma equipa como a Islândia, que pode não ser a mesma que brilhou no Euro 2016, mas que continua a ser uma selecção sólida e capaz de criar perigo.

Podia não ser o “tudo para a frente”, mas Portugal não abdicava de manter o jogo tanto quanto possível em zona de ataque. Palhinha era, muitas vezes, o homem mais recuado e os centrais Inácio e Dias estavam em zona de construção no apoio aos alas. Era preciso criar superioridade numérica frente a um adversário com as linhas baixas. E era preciso, sobretudo, paciência. Bola para um lado, triangulações, desmarcações.

Logo aos 7’, numa destas situações, João Félix conseguiu desequilibrar no ataque, deixou em Bruno Fernandes, que, depois, soltou para Otávio. Sem linha de passe, o médio do Al-Nassr tentou o chapéu ao guarda-redes Valdimarsson e falhou o golo por pouco — a bola bateu na trave. A partir da esquerda, sempre em dupla com Cancelo, Félix seria um dos mais inspirados durante a primeira parte.

Mas a Islândia também tinha em si a capacidade de criar perigo e tentou sempre pelo mesmo lado, o seu flanco esquerdo. Não esteve longe de inaugurar o marcador aos 17’, quando uma clareira se abriu na defesa portuguesa e Sygurdsson arrancou um remate cruzado, que passou perto da baliza de Diogo Costa.

Ronaldo foi tentando o golo várias vezes, mas não foi com ele que Portugal se aproximou mais. Aos 21’, Félix atirou ao lado após cruzamento de Fernandes, e o mesmo destino teve um cabeceamento de Inácio após nova solicitação do capitão do Manchester United.

Portugal

Bruno Fernandes 37’, Ricardo Horta 64’

Islândia

Estádio de Alvalade, em Lisboa

Portugal Diogo Costa, João Mário (R. Guerreiro, 62’), Ruben Dias, Gonçalo Dias, João Cancelo (João Neves, 87’), Palhinha ●54’, Otávio (Vitinha, 75’), Bruno Fernandes, Bernardo Silva (R. Horta, 62’), João Félix ●84’ (Bruma, 87’), Cristiano Ronaldo.

Treinador Roberto Martínez

Islândia Valdimarsson, Hermannsson, Ingason, Palsson, Thorarinsson, Johannesson ●28’ (Traustason, 62’), J. Gudmundsson ●54’, A. Sigurdsson, Willumsson ●46’ (Ellertsson, 61’), Thorsteinsson ●32’ (Gudjohnsen, 62’), Finnbogason (Oskarsson, 46’). Treinador Age Hareide

Árbitro A. Papapetrou (Grécia) VAR A. Diamantopoulos (Grécia)

Positivo/Negativo

Bruno Fernandes

Com 99,9% de certeza, vai terminar como o recordista de assistências desta fase de qualificação — tem oito passes para golo. No jogo de ontem, foi ele que desbloqueou o marcador, com um belo remate após um grande passe de Bernardo Silva, naquele que foi o seu sexto golo do apuramento. Como já acontece no Manchester United, Bruno Fernandes é cada vez mais um líder na selecção.

João Félix

Não marcou, mas o avançado do Barcelona andou perto do golo várias vezes. Na verdade, foi sempre ele o elemento com maior capacidade para desequilibrar no último terço, faceta que se tornou mais visível durante a primeira parte.

Cristiano Ronaldo

Ao contrário do que já se viu nesta qualificação, frente aos islandeses Cristiano Ronaldo pendeu menos para o colectivo e mais para o individual. Andou o jogo todo à procura de um golo, mas nada lhe saiu bem e fechou a qualificação com uma dezena de golos apontados, longe dos 14 obtidos por Romelu Lukaku.

Desporto Selecção Portuguesa Confirmou Campanha Br

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2023-11-20T08:00:00.0000000Z

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