Público Edição Digital

Primavera Sound Porto 2024 aposta num cartaz paritário com Lana Del Rey, Mitski, PJ Harvey, SZA e Pulp

The National, American Football, Arca e Lambchop também confirmados no festival que volta ao Parque da Cidade de 6 a 8 de Junho

Daniel Dias

Lana Del Rey, Mitski, PJ Harvey, Pulp, SZA e The National são algumas das principais confirmações do Primavera Sound Porto do próximo ano, que acontecerá entre os dias 6 e 8 de Junho no Parque da Cidade, com um cartaz que empunha a bandeira da paridade de género.

Lana Del Rey (na foto de baixo) regressa a Portugal pela primeira vez desde 2019, ano em que se apresentou no festival Super Bock Super Rock, no Meco. Cerca de um mês depois dessa actuação, a norte-americana lançaria Norman Fucking Rockwell!, tido por muitos críticos e fãs como o melhor dos seus álbuns de estúdio. Depois desse disco, já lançou também Chemtrails over the Country Club (2021), Blue Banisters

(2021) e o mais recente Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd (2023).

Mitski, que também passou por Portugal em 2019 (actuou então no Vodafone Paredes de Coura), trará ao Porto o seu álbum editado em Setembro deste ano, The Land is Inhospitable and So Are We. A japonesa, figura popular na esfera do indie rock, tem no seu repertório canções de sucesso como My love mine all mine (do seu disco mais recente), Nobody, Washing machine heart, I bet on losing dogs ou Me and my husband.

Igualmente de volta aos palcos portugueses está a britânica PJ Harvey, autora de discos marcantes como Rid of Me (1993), To Bring You My Love

(1995) ou Stories From the City, Stories From the Sea (2000), por exemplo. A artista lançou em Julho deste ano o seu décimo álbum de estúdio, I Inside the Old Year Dying. Nas suas canções, ouvimo-la a alternar entre o inglês e o dialecto secular do condado de Dorset, onde nasceu.

Também do Reino Unido, os Pulp, banda de Jarvis Cocker formada em 1978 — mas sobretudo lembrada pelo seu sucesso comercial na década de 1990, em plena febre da Britpop —, vão festejar no Porto a sua segunda reunião

(sem o baixista Steve

Mackey, que morreu em Março, aos 56 anos). A reunião anterior já tinha trazido o grupo a Portugal, em 2011, para uma actuação no Vodafone Paredes de Coura.

Pela primeira vez em Portugal estará SZA, figura popular da cena R&B actual, que lançou há um ano o seu segundo álbum de estúdio, SOS, o muito esperado sucessor do disco de estreia (Ctrl), com o qual conquistou elogios da crítica especializada. Solána Imani Rowe (o seu nome de nascença) foi, durante anos, a única artista feminina associada à editora Top Dawg Entertainment — até muito recentemente a casa de Kendrick Lamar, cabeça de cartaz da noite de abertura do Primavera Sound Porto em 2023. No espectro oposto, os The National são uma presença já mais do que habitual nos palcos nacionais: este ano, deram dois concertos no Campo Pequeno, em Lisboa, e um na Super Bock Arena, no Porto. Também foi um ano concorrido para a banda de Matt Berninger em matéria de edições discográficas: lançaram os álbuns

First Two Pages of Frankenstein e

Laugh Track.

Confirmados como cabeça de cartaz da edição 2024 surgem ainda os Justice, dupla francesa de música electrónica que tem no tema DANCE a sua faixa mais conhecida. Todos os nomes até aqui referidos passarão, antes de chegar ao Porto, pelo festival-mãe de Barcelona. Ausências de peso, face ao alinhamento do Primavera Sound catalão, anunciado há uma semana, são, por exemplo, os Deftones, FKA Twigs e os

Vampire Weekend.

Além dos principais chamarizes, o cartaz português incluirá American Football (banda de culto com um papel importante na cena conhecida como midwest emo), o grupo australiano de punk rock Amyl and the Sniffers, Arca — cuja electrónica desconstruída e sensual voltará a fazer-se ouvir em Portugal depois de apresentações em 2022 e 2023 —, o rapper Billy Woods, nome de destaque do actual hip-hop underground, Blonde Redhead, Ethel Cain, os Lambchop ou os suspeitos do costume, os Shellac de Steve Albini.

Nas letras pequenas do cartaz, encontramos vasta representação lusófona, com Amaura, Ana Lua Caiano, André Henriques, Best Youth, Conjunto Corona, Expresso Transatlântico, Máquina, Samuel Úria ou Soluna, por exemplo. E também nomes como Joanna Sternberg, dona de uma voz peculiar e de canções delicadas que este ano deu nas vistas com o álbum I’ve Got Me (a sua estreia em Portugal deveria ter acontecido este mês, no festival Vale Perdido, mas o concerto foi cancelado à última hora, por motivos de saúde), Julie Byrne, outra figura elogiada pela crítica na categoria folk e derivados, os irlandeses Lankum, o nigeriano Obongjayar, a britânica Tirzah ou os australianos Tropical Fuck Storm.

A última (e décima) edição do Primavera Sound Porto foi a primeira com quatro dias — em 2024, o festival volta ao formato habitual. Foi também o primeiro ano em que a Nos não surgiu como “naming sponsor”, um revés no financiamento que a Câmara Municipal do Porto compensou em parte com um reforço do seu apoio.

Os passes gerais para a edição de 2024 estão disponíveis nos locais de venda habituais por 175 euros.

Cultura

pt-pt

2023-11-29T08:00:00.0000000Z

2023-11-29T08:00:00.0000000Z

https://ereader.publico.pt/article/282007562148838

Publico