Oministro dos Negócios Estrangeiros disse ontem que ainda há cidadãos com nacionalidade portuguesa que continuam reféns do grupo islamita Hamas. “Ainda temos seis cidadãos com nacionalidade portuguesa reféns do Hamas”, disse João Gomes Cravinho, em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, à margem da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO.

“Já assinalámos isso à Cruz Vermelha, às autoridades de Israel, as do Egipto e do Qatar também têm conhecimento, estamos a trabalhar para que sejam libertados. Eles e todos os outros”, referiu Cravinho, acrescentando: “A nossa esperança é que o cessar-fogo temporário possa ter continuidade nos próximos dias.”

Dois dos 11 reféns libertados na segunda-feira pelo Hamas são filhos de um cidadão português, conforme informou a Comunidade Israelita do Porto (CIP). Os dois jovens, de 12 e 16 anos, são filhos de Ofer Calderon, que permanece em Gaza nas mãos do movimento palestiniano Hamas. O homem, de 53 anos, recebeu a nacionalidade portuguesa depois de ter sido raptado pelo Hamas a 7 de Outubro.

Entre os 17 reféns libertados no sábado, figuravam duas jovens também filhas de pai português. As duas menores são filhas de Dror Or, judeu descendente de sefarditas e que, por isso, obteve nacionalidade portuguesa, concedida já depois de ter sido raptado pelo movimento islamista. Alma, de 13 anos, e Noam Or, de 17, foram raptadas com o pai a 7 de Outubro. A mãe das jovens foi morta nesse mesmo dia. Dror Or, de 48 anos, continua entre os reféns do Hamas. Com Dror, Alma e Noam Or estava ainda Liam Or, de 18 anos, que é sobrinho de Dror, e que também continua cativo em Gaza.

Na passada sexta-feira, primeiro dia da trégua que permitiu a troca de reféns por prisioneiros palestinianos, tinha sido libertada a luso-israelita Adina Moshe, de 72 anos, capturada a 7 de Outubro no kibbutz Nir Oz. O seu marido, Said Moshe, foi assassinado durante o ataque.