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PJ alerta para a criação de grupos no WhatsApp com pornografia de menores

Caso que começou por ser conhecido apenas no Porto já se terá alargado a escolas básicas e secundárias de diversas zona do país

Patrícia Carvalho

O caso dos grupos de WhatsApp que estão a adicionar crianças e jovens de várias escolas do país, sem o seu consentimento, divulgando, a partir daí, imagens de conteúdo violento, pornográfico e pedófilo, levou a Polícia Judiciária a emitir ontem um comunicado alertando para esta prática, que classifica como “emergente e maciça”, constituindo “um crime de pornografia de menores”.

Nas últimas semanas, centenas de crianças de escolas do Porto foram adicionadas, por desconhecidos, a um grupo de WhatsApp com o nome “Bora bater recorde de mais pessoas no grupo”. Não havia, então, indicações de que o caso tivesse saltado as fronteiras da cidade. Ontem, a PJ, revelou que este caso envolve já mais do que um grupo de WhatsApp e está a afectar “crianças e jovens de escolas básicas e secundárias de diversas zonas do país”.

Ao PÚBLICO a inspectora-chefe Carla Costa afirma a necessidade “de tentar mitigar a disseminação deste fenómeno”. E acrescenta: “Surgiram com a indicação de que pretendiam criar grupos com o maior número de pessoas possíveis e as crianças e jovens foram aliciados a acrescentar outros contactos. E ali são partilhados conteúdos com actos sexuais entre adultos e crianças e, em alguns grupos, pornografia de adultos. Há uma tentativa de normalizar estes conteúdos, da sua massificação.”

A PJ pede, por isso, aos pais que estejam “atentos à utilização do WhatsApp por crianças e jovens”, lembrando que a idade mínima legal na União Europeia para utilizar esta aplicação é 16 anos. É ainda pedido que os pais elucidem os filhos sobre a necessidade de recusarem convites de WhatsApp de contactos desconhecidos e que bloqueiem a possibilidade de isso acontecer.

A PJ pede ainda aos pais que se deparem com a presença dos seus filhos num destes grupos para procederem “a capturas de ecrã das conversações dentro do grupo que evidenciem os contactos dos respectivos administradores e os conteúdos partilhados” e que façam o caso chegar às autoridades. Aos professores e directores de escolas é também solicitado que alertem pais e encarregados de educação e façam a denúncia às autoridades. com Sónia Trigueirão

Sociedade

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2023-11-29T08:00:00.0000000Z

2023-11-29T08:00:00.0000000Z

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