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BE quer “ser determinante” nas soluções para o país, PCP garante que deputados eleitos vão construir outro “r

Mariana Mortágua e Paulo Raimundo não querem uma maioria absoluta do PS nas próximas legislativas nem a vitória da direita

A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou ontem que o partido quer “derrotar a direita” nas eleições e “ser determinante para as soluções que contam”, criticando os candidatos à liderança do PS por não “fazerem uma reflexão crítica” da maioria absoluta.

Em conferência de imprensa em Lisboa, após uma reunião da mesa nacional do BE, Mariana Mortágua referiu que o partido estabeleceu “dois objectivos” para as eleições legislativas de 10 de Março.

“O primeiro objectivo é derrotar a direita. Se o PS deixou o país num pântano, a direita só vai cavar mais fundo e alargar esse pântano, com mais políticas contra os serviços públicos, com mais políticas de promiscuidade entre o público e privado, com a entrega do que resta e é nosso ao privado”, disse.

Questionada se o facto de querer ser determinante no pós-eleições é uma manifestação de disponibilidade para uma nova ‘geringonça’, Mariana Mortágua respondeu que, quando olha actualmente para os dois candidatos à liderança socialista — Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro —, não vê “uma reflexão crítica” ou uma “admissão da crise política e social”, que considerou ter sido provocada pela maioria absoluta.

“O que vejo é esses candidatos a assumirem toda a herança do PS, como se se tratasse de uma simples sucessão, como se o país não estivesse mergulhado numa crise social à qual é preciso dar resposta”, criticou.

A coordenadora do BE disse acreditar que houve muita gente “bem-intencionada” que votou no PS nas últimas legislativas “à espera de estabilidade e de uma alternativa à direita”, mas acrescentou que esse voto “deu uma governação do PS que defraudou todas as expectativas de estabilidade”.

“Dizer às pessoas que o caminho da estabilidade é o mesmo PS da maioria absoluta que trouxe uma crise política e social ao país é enganar as pessoas e acho que isso nós não podemos fazer”, defendeu.

Encontro dia 13 de Janeiro

O líder do PCP anunciou ontem que o partido vai organizar um encontro nacional no dia 13 de Janeiro para marcar “um grande arranque” da campanha eleitoral, anunciou hoje o secretário-geral do partido, que manifestou uma “convicção muito grande” de que a CDU vai crescer eleitoralmente.

“O comité central do PCP convocou para dia 13 de Janeiro de 2024 um encontro nacional sobre as eleições e acção do partido”, disse Paulo Raimundo, no final da reunião do comité central.

Questionado sobre uma eventual reconfiguração da ‘geringonça’, Paulo Raimundo reiterou que o que vai determinar “o rumo que o país vai seguir a partir do dia 10 de Março não é a forma, é o conteúdo”, acrescentando que esse conteúdo será influenciado pelo “número de deputados que o PCP tiver”.

“Quanto mais deputados o PCP e a CDU tiverem, em melhores condições estamos de influenciar o rumo de que precisamos e que abra um caminho novo e que não é o caminho que nos trouxe até aqui, e muito menos este caminho destes últimos dois anos”, disse.

Na sua intervenção inicial, Raimundo defendeu que a convocação de eleições antecipadas é “uma oportunidade para abrir caminho a uma outra política ao serviço dos trabalhadores e do povo”, considerando que é “o reforço do PCP e da CDU” que irá determinar essa mudança.

O líder do PCP criticou a actual maioria absoluta do PS, que considerou não ter respondido aos problemas da população. PÚBLICO/ Lusa

Política

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2023-11-20T08:00:00.0000000Z

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