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Marcha “Fim ao Genocídio. Palestina Livre, já!” juntou milhares em Lisboa

“Um holocausto não justifica outro”, lia-se num dos vários cartazes exibidos pelos manifestantes

Políticos, actores, membros de plataformas e organizações não-governamentais (ONG) e cidadãos anónimos participaram ontem em Lisboa numa marcha para exigir a libertação da Palestina e o fim do genocídio.

A marcha, organizada pelo Colectivo pela Libertação da Palestina com o lema “Fim ao Genocídio. Palestina Livre, já!”, juntou milhares de pessoas que percorreram as ruas de Lisboa entre a Praça do Município e a Assembleia da República.

Ao som de bombos e entre palmas, os milhares de manifestantes fizeram-se ouvir ao gritarem vários palavras de ordem, sendo as mais ouvidas “free, free Palestine” e “Hoje e sempre Palestina livre”.

Com bandeiras da Palestina e com os tradicionais lenços deste território — kuAEya —, os manifestantes exibiram igualmente cartazes onde se podia ler: “Palestina livre e independente”, “paz no Médio Oriente”, “cessar-fogo” e “fim à agressão”.

Empunhando um cartaz feito por si que dizia “um holocausto não justifica outro”, António Ferreira, bastante emocionado, disse à Lusa que “é inconcebível que as pessoas não façam nada e assistam em directo a um genocídio”.

“É completamente inconcebível que no século XXI assistamos a um morticínio de crianças, mulheres, jovens. É uma coisa incrível”, precisou, referindo que participou na marcha para mostrar “repúdio e revolta contra esta situação criminal”.

Por sua vez, Sandra Machado, da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, disse à Lusa que só se consegue ter paz quando existir “uma Palestina livre e quando esta ocupação por parte do Estado de Israel terminar”.

“O nosso apelo é não só a um cessar-fogo imediato, que é imprescindível, mas também ao fim desta ocupação”, sublinhou, considerando que se torna “muito difícil quando há uma comunidade internacional que não está a fazer um esforço suficiente para boicotar Israel”.

Sandra Machado disse também que a comunidade internacional devia dizer “basta a Israel, um Estado que está a ocupar um território e que está a cometer um genocídio”.

Aos jornalistas, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, disse que participar na manifestação “significa o apoio e solidariedade às vítimas de Israel neste massacre de Gaza” e também o apelo “a um cessar-fogo imediato”.

“Gaza neste momento é o maior cemitério de crianças do mundo. São 12.000 mortos neste momento, 68% são crianças, mulheres, jovens, são jornalistas, são representantes da ONU, e os hospitais estão a ser bombardeados”, afirmou Mariana Mortágua, considerando ser “uma política de genocídio e destruição de Israel”.

Sobre o papel do Governo português, a dirigente do Bloco de Esquerda salientou que as instituições devem “fazer pressão para que este massacre” acabe.

“Israel tem de ser obrigado a parar um massacre e deve ser forçado pelos mesmos meios que a comunidade internacional usou para travar o apartheid na África do Sul”, disse. Lusa

A marcha de manifestantes percorreu as ruas entre a Praça do Município e a Assembleia da República

Política

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2023-11-19T08:00:00.0000000Z

2023-11-19T08:00:00.0000000Z

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