As decisões sobre a política energética e os grandes investimentos têm sido tomadas com uma superficialidade, leviandade e incompetência assustadoras. Portugal tem uma população que equivale a metade de Pequim ou Mumbai; será que a poluição que produzimos justifica os milhões que se irão despender em projectos e energias como o hidrogénio verde, que não é economicamente viável em nenhum país do mundo?

E a energia fóssil que está envolvida na produção de energia “limpa”? E a implementação de um centro de dados gigante em Sines quando o da Covilhã está à venda? E os ziguezagues na privatização da TAP e as indemnizações milionárias? E a construção de um novo aeroporto, muito questionável, em lugar incerto, com custos astronómicos? Esperemos que o próximo governo crie comissões que incluam não só os ministérios envolvidos como os técnicos cujo saber e experiência têm sido ignorados pelos políticos. Ouçam e leiam o que a Sedes tem analisado e divulgado. O país agradece.

Isabel Ribeiro, Lisboa