Os ilusórios ganhos salariais
Li ontem, no PÚBLICO, na primeira página em parangonas, que os “técnicos superiores da função pública vão ter um ganho salarial até 397 euros”. É curioso e surpreendente que em fim de ciclo governativo — com eleições já marcadas para Março — se lancem aos quatro ventos aumentos para aqui e aumentos para acolá para agradar a certas corporações e classes profissionais. Pura propaganda (entretanto a contínua inflação tudo vai reverter). As pensões de reforma mais baixas que as pessoas de provecta idade recebem é que deveriam ter um aumento significativo. Por outro lado, dever-se-ia ter mais cuidado com a atribuição do RSI porque, em muitos, muitos casos, só serve para fomentar a mandriice e a vadiagem (depois admirem-se que o Chega cresça nas intenções de voto). E já que o Governo promete aumentos para toda a gente, onde estão os aumentos salariais dos professores? O professor em início de carreira tem um vencimento que nem dá para “mandar cantar um cego”. Onde está o complemento salarial de deslocação? Onde está o complemento salarial para pagar a habitação? Há por aí um jornalista de voz tonitruante que está sempre contra os professores e que diz, alarvemente, que ganham de mais para o que fazem… É extraordinário que, no seu percurso escolar, este jornalista (é formado em Direito), desde os bancos da escola até à sua formação final, teve professores e deveria mostrar mais gratidão para com eles. Mas eu sei a razão por que tem esta obsessão e este ódio aos professores…
António Cândido Miguéis, Vila Real contágio de entusiasmo em jeito de psicologia positivista, que, no seu plano mais ligeiro, se poderá chamar “auto-ajuda”. Assistimos, cada vez mais, a espectáculos teatrais sensacionalistas. Este sintoma vai sendo transversal a diversos partidos e países. É este tipo de espectáculos que, alegadamente, une interesses e convicções, mas que nada mais são do que máscaras que nada revelam acerca da identidade, diga-se, dos processos concretos do que as mesmas omitem. À parte dos congressos, com pretensão de serem comícios, o que os portugueses necessitam é de explicações claras, sinceras e esclarecedoras sobre como se atingem as metas prometidas.
Luís Filipe Rodrigues, Santo Tirso foi líder parlamentar e com Cavaco como Presidente da República. Ernesto Silva, Vila Nova de Gaia
Espaço Público
pt-pt
2023-11-29T08:00:00.0000000Z
2023-11-29T08:00:00.0000000Z
https://ereader.publico.pt/article/281560885550054
Publico
