Público Edição Digital

O cidadão comum e a PGR

Num simples comunicado de imprensa da PGR ficámos a saber que o primeiro-ministro de um Governo estável e com maioria parlamentar estava a ser investigado por possíveis delitos. Veio a saber-se depois que essa investigação durava há algumas semanas. Com um comunicado destes é natural que o primeiro-ministro apresentasse a sua demissão, criando-se uma crise política. A PGR não pode tratar um caso destes como se fosse o de um cidadão qualquer, porque as consequências deste são incomparavelmente maiores para todos os cidadãos. [...] Se daqui a muito tempo, como é usual na nossa justiça (PGR incluída), se concluir pela inocência do primeiro-ministro, ficamos a saber que tivemos uma crise política inútil. Acham estranho que o Presidente da Assembleia da República peça à PGR que chegue a uma conclusão qualquer até à data das eleições? Ele apenas pede à PGR que permita aos eleitores votarem em consciência e não na dúvida sobre o comportamento do primeiro-ministro cessante, o que arrasta consigo o partido a que pertence.

Carlos Anjos, Lisboa

Espaço Público

pt-pt

2023-11-19T08:00:00.0000000Z

2023-11-19T08:00:00.0000000Z

https://ereader.publico.pt/article/281560885528907

Publico