As pessoas estão chatas e já nem sequer há direito ao consumismo desenfreado e irresponsável que sempre existiu no Natal. Alugar um pinheiro para ajudar os bombeiros, comprar em lojas e marcas sustentáveis e perder horas a fazer decorações de Natal “faça você mesmo” já não é suficiente e um indivíduo apostou num Natal ainda mais minimalista. “Comprar uma porra de 50 euros feita por um hippie que faz artesanato com um barro ecológico xpto vai salvar o planeta? O tanas! Usar cordinhas em vez de fita-cola para fazer os embrulhos ainda polui. Este ano não há nada para ninguém, não vou fazer nada, não vou a lado nenhum e não vou estar com ninguém. Nem a Greta consegue ter um Natal com a minha pegada ecológica, pá”, garantiu o esperto. JH residir pacatamente até ser rudemente interrompido a meio do pequeno-almoço de pastéis de bacalhau. De referir que o restaurante Alma do chef Henrique Sá Pessoa, com duas estrelas Michelin, apenas consegue servir uma badanazinha de bacalhauzinho com o feijãozinho-frade e meio ovinho cozido, enquanto o chef José Avillez, igualmente com duas estrelas, só consegue servir no seu luxuoso Belcanto uma pequena desconstrução molecular das tradicionais pataniscas da Maria de Lourdes Modesto. VE frutos vermelhos colhidos nos túneis-que-não-são-estufas da líder do PAN Inês Sousa Real. A Directora-Geral da Saúde, depois de nos enfiar a inevitável zaragatoa nas narinas, explicou que este ano não há missas do galo porque anda aí outra vez uma maleita passeriforme que começou por uma conjuntivite mal tratada das cegonhas e deu origem a um surto de rinite dos grifos, que resultou num eczema dos papagaios-do-mar. “Daí à generalização da gripe das aves, foi fssshhhh!”, explicou a sôtora, que ainda repetiu, enfática, “fsssshhh! Um fósforo!”. MB