Segundo vários analistas, o mercado residencial premium, nomeadamente na área da grande Lisboa, tem vindo a ser alvo de uns interessantes níveis de procura que, no entanto, esbarram na parca oferta disponível.

O investimento imobiliário pode atingir 2,7 mil milhões de euros neste ano, comparativamente aos 2,1 mil milhões de euros de 2021. De acordo com as declarações de Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, a hotelaria e a logística representam “quase 90% de todo o investimento institucional em imobiliário”.

Somente nos primeiros seis meses do ano, houve um volume de investimento superior a 600 milhões de euros, no entanto em julho e agosto estes valores “quase que duplicaram e regista-se 1,2 mil milhões de euros de investimento concluído em 2022”, refere o responsável, indicando ainda que há mais cerca de 1,5 mil milhões de euros de investimento na calha até ao final do ano, atingindo assim os 2,7 mil milhões de euros.

“O mercado português tem-se portado muito bem nestes últimos seis meses contrariamente a outros mercados europeus que claramente se ressentiram da guerra, da incerteza, do aumento dos custos e da taxa de juro, que não deixa de ser muito importante no imobiliário”, destaca Eric van Leuven.

Mercado residencial premium em alta

Segundo vários analistas, o mercado residencial premium, nomeadamente na área da grande Lisboa, tem vindo a ser alvo de uns interessantes níveis de procura que, no entanto, esbarram na parca oferta disponível. Em termos de habitação, é patente o forte nível de atividade das vendas e níveis robustos de preços, com uma crescente dinâmica dos compradores nacionais. Os investidores internacionais geram ainda uma procura sólida, liderada pelos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. Aliás, no primeiro semestre, em termos de origem, 73% da alocação de capital foi de investidores estrangeiros, que continuam a ser protagonistas dos negócios de maior dimensão. Os analistas sustentam que continua a haver um forte apetite pelo mercado imobiliário, seja enquanto utilizador, comprador, ocupante ou investidor, quer nacionais quer estrangeiros.

Em termos de habitação, é patente o forte nível de atividade das vendas e níveis robustos de preços, com uma crescente dinâmica dos compradores nacionais

Para o resto do ano, os analistas acreditam que as perspetivas se mantêm positivas e que 2022 vai mesmo superar o montante transacionado o ano passado. Para justificar estas perspetivas, os analistas defendem que Portugal tem uma boa posição geográfica, segurança e boa qualidade de vida, bons fundamentais de mercado, incluindo as yields. Inicialmente os mesmos analistas tinham previsto uma nova compressão das yields, mas neste cenário de aumento da inflação e taxas de juro, deverão manter-se estáveis e Portugal continua a ter um diferencial muito apelativo face a outros mercados. Assim, temos, em geral, retornos mais atrativos, num mercado percebido de baixo risco.