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Mercado residencial de luxo está bem e recomenda-se…

Paulo Caiado Presidente da Direção Nacional da APEMIP www.apemip.pt

O mercado do imobiliário de luxo em Portugal não diminuiu durante a pandemia. Até cresceu, e esta tendência manteve-se no primeiro semestre de 2022.

Portugal tem-se afirmado como um dos destinos mais ‘sedutores’ da Europa e do Mundo. Os resultados das campanhas de publicidade e marketing promovidas pelas diferentes instituições ligadas ao turismo nacional são importantes, mas não fazem milagres.

Os muitos depoimentos abonatórios, transparentes e sinceros de mediáticas figuras de renome internacional, das mais diversas áreas de atividade, que aqui compraram casa e aqui residem boa parte do ano superam, porventura, os resultados das campanhas de Marketing. Gente do Cinema, do Design, das Artes Plásticas, do showbusiness, e muitos outros que são referências no panorama dos media à escala mundial. Madonna foi importante, mas depois dela muitos chegaram e ficaram…

O crescimento exponencial do mercado residencial de luxo explica-se também pela forte procura interna, que já apresentava uma tendência de forte subida em 2021, bem como pelo regresso ao mercado português dos investidores estrangeiros.

O mercado deixou de se concentrar apenas no Algarve e em Cascais, como há uns anos atrás. Lisboa e Porto ganharam preponderância, e outras regiões mais periféricas marcam também presença. Esta é uma tendência que se deverá manter e aprofundar. As capitais de distrito do interior e as propriedades e quintas ligadas à produção vinícola tenderão a valorizar-se ainda mais e a ter maior procura.

Por outro lado, Portugal continua a ser um país barato, acolhedor, seguro e diversificado para esses extratos sociais de muitos e diferentes países. É difícil encontrar um país de tão pequena dimensão e tão diverso: em termos de paisagem, gastronomia, enologia, costa litoral. A amenidade do clima tem sido, desde sempre, uma enorme mais-valia na promoção de Portugal como país de destino.

A proximidade do continente americano e do centro da Europa é, também outra mais-valia não despiciente. Os benefícios fiscais são, também, um importante contributo.

Tudo isso posiciona Portugal como um dos melhores países para se investir, especialmente a longo prazo. E os investidores estrangeiros são sensíveis a todas estas mais-valias que o nosso país oferece.

Constata-se que o “plafond” de preços que marcam o luxo tem subido. Embora todos os segmentos de preços dentro do mercado de casas de luxo tenham registado um salto substancial, constamos um maior aumento para casas com preços entre os 8 e 16 milhões de euros, um segmento que subiu 89% em 2021 (segundo algumas mediadoras que trabalham este segmento). Como resultado, segundo essas fontes, a quota de vendas de casas luxo terá atingido 1% do número global de vendas de casas, um aumento em relação à média de 0,4% registada antes da pandemia.

É claro que os atuais desafios são grandes e passam por criar soluções imobiliárias que se coadunam com o que estes investidores procuram, tendo a capacidade de atrair investimento para o nosso País, sem descaracterizar locais, respeitando novos padrões de sustentabilidade ambiental e sem excluir do "ecossistema" imobiliário quem nada tem haver com este segmento.

Os fatores negativos que se perfilam já no nosso quotidiano – inflação, subida das taxas de juro e dos materiais e matérias-primas – não afetam particularmente este universo de compradores. Ao contrário, muitos beneficiam desta conjuntura. Daí que o Mercado Residencial de Luxo está bem e se recomende…

Opinião

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2022-07-27T07:00:00.0000000Z

2022-07-27T07:00:00.0000000Z

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