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Casablanca, Vagueira Prolongar o Verão pelo ano inteiro

A predominância do branco, com apontamentos azuis, pretende transportar-nos para o Mediterrâneo. Nada contra o Atlântico que rebenta naquela areia - tanto mais porque gostos não se discutem e há quem preAEra banhos de água (bem) fria -, mas a inspiração mediterrânica AEca sempre bem quando o assunto é praia e dias passados à beiramar.

No Casablanca Lounge Bar o convite passa por relaxar, imergir num cenário de tranquilidade e aproveitar o que a praia da Vagueira, em Vagos, tem de melhor. No Verão e fora dele, uma vez que um dos motes da casa passa por estender a estação mais quente do ano muito para além dos seus três meses de duração.

O pôr do Sol tem, por ali, honras de destaque, servindo de pretexto a várias festas aos sábados e domingos, mas não faltam propostas a quem chega bem cedo, pela manhã, ou à noite. Quem ousaria recusar um brunch com os olhos postos no mar ou uma tábua de queijos e enchidos em forma de jantar? “Temos várias opções de comida mais leve, a combinar com este ambiente tranquilo”, introduz Daniel Caetano, proprietário do Casablanca há dois anos.

A origem deste bar de praia remonta “há uns 20 anos”, mas com outro conceito e outra decoração. “É dos bares mais antigos da Vagueira”, assegura Daniel, um AElho da terra que esteve 25 anos da Alemanha. Foi de lá que trouxe a proposta do vinho quente, para aconchegar os clientes nesses meses em que o frio aperta. Deixemos isso para outra altura pois, por agora, as temperaturas só puxam por “caipirinhas, mojitos,moscow mule e Porto tónico”, destaca.

Para o almoço ou jantar, a carta apresenta uma grande variedade de opções: focaccia,bruschettas, tostas, wraps e snacks (nachos e batatas fritas). Para acompanhar, há cervejas, vinhos, sangria e sumos, além das várias sugestões de cocktails. Quando os termómetros descem, os licores passam a estar entre os mais requisitados, a par com o vinho quente da casa.

Quando chegar a altura de estender a toalha, não precisará de caminhar muito, nem sentirá que o espaço escasseia no areal. “Esta é uma das grandes vantagens desta praia em relação às praias aqui ao lado. Tirando os dias de AEm-de-semana de Agosto, ainda é relativamente fácil estacionar o carro e encontrar espaço na areia”, realça Daniel Caetano. É verdade que nalguns dias não conseguirá abdicar do páravento - e também pode necessitar de um tempo extra para conseguir entrar na água -, mas “a Vagueira é especial”, aAEança.

Sem ir tão longe quanto a hashtag que tem vindo a ser associada à Vagueira (#melhorpraiadomundo), o proprietário do Casablanca nota que “o peixe fresco, a arte xávega e as condições de excelência para o surf” são argumentos de peso a favor desta praia da região de Aveiro. Tudo isto sem esquecer as condições de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais.

E sempre que as temperaturas não estiverem de feição para AEcar deitado, não falta o que fazer ali à volta. Começando por uma caminhada ao longo do passadiço plantado mesmo ao lado do Casablanca e que se estendem até à vizinha praia do Labrego. Maria José Santana

Carvalhal Beach Nature, Odemira Uma passadeira vermelha até ao areal

O Carvalhal de Odemira é outra conversa: em vale protegido, a praia do Carvalhal, vizinha da Zambujeira, é grande e familiar, é um luxo e é histórica. E tem um bar à medida.

Não há que enganar: logo à entrada do vastíssimo areal desta que é uma das grandes praias mais acessíveis da costa alentejana, ergue-se o Carvalhal Beach Nature. É o bar que marca os dias da praia e quando dizemos marca não é em vão: além de bar de mão segura, programação com pores do Sol musicais ou momentos especiais de cocktails, tem ainda a seu cargo as aulas de surf (temporariamente suspensas quando por aqui passámos), um templo na areia para massagens ou ioga, um minibar no areal com os básicos e, para os mais afoitos, espreguiçadeiras e chapéus de sol.

Familiar por excelência (Bandeira Azul, vigiada e com serviços básicos), a praia, alternativa de arromba à mais popular praia da Zambujeira (a uns 3km), já tem predicados naturais (e não só) que valem por si. A dois passos do Brejão, rodeada por maravilhas mais selvagens e que obrigam a algum “alpinismo” (Alvorião logo ao lado, Machados mais a sul e Amália, esta com escadinhas sem aventuras), abre-se num grande vale protegido por altas arribas. Sem aldeia em cima, a urbanização em redor é reduzida – uns belos montes altaneiros de um lado, parque de campismo e herdade deluxe do outro com direito a zoo privado (sim, e aberto à vista de todos junto à estrada, incluindo-se gnus, antílopes, emas...).

Pela praia, onde desagua um riacho, não faltam recantos com poças para todas as idades, grutinhas e reentrâncias nas rochas para diversões e passeatas museológicas. A criançada faz a festa - “Trouxe uns sete”, diz-me o senhor Jaime que lê o jornal sob o chapéu. “São sobrinhos e AElhos e amigos, adoram isto. É das praias mais seguras para os putos e uma pessoa AEca descansada”, sorri ele, e sorrio eu, que gosto sempre do riso das crianças dos outros. ConAEssão e declaração de interesses deste escriba: tenho um amor de férias grandes a esta praia, onde nasceu boa parte da minha família e onde passei as infâncias estivais em felicidade para sempre com primas e primos. Não mudou muito a vida de praia, tirando, claro, o upgrade de sistemas de segurança e a modernização do bar de apoio.

Mesmo à entrada da praia, o Carvalhal Beach Nature, que, tal como a praia, é ajudado pelo parque de estacionamento a dois passos e pelo longo passadiço que curiosamente desemboca em passadeira vermelha pelo areal. Em madeira, o bar é de pezinhos na areia, com parte das mesas protegidas pela sombra e rodeadas de dossel. Ponto de atracção: um janelão que se abre a céu aberto para a praia com belos fardos de palha a servirem de sofás.

No menu, está tudo artilhado para satisfazer vários apetites: opções veganas, hambúrgueres, tostas, saladas, cachorros e companhia, além de pastelaria e bolas-de-berlim sabor a praia. Mas “o que tem grande saída”, diz-nos a jovem Beatriz ao balcão do bar, são os “mojitos, caipirinhas, sangrias, piñas coladas”. O barman José, venezuelano com muitos anos de Alentejo, mostra as suas artes especialmente aos sunsets (com DJ aos sábados) e também há convidados especiais, como o master bartender Paulo Ramos, um dos mestres portugueses dos cocktails.

Sem conseguir resistir à palha, espraio-me por ali, calções no ar, pés na areia, olhar perdido na praia através do janelão, olhar perdido a deambular pelas arribas e pelo vale. E voume deixando AEcar neste doce fazer nada, tendo como único trabalho bebericar um cocktail que me sabe ao Carvalhal da minha infância,

Bares De Praia

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2022-08-06T07:00:00.0000000Z

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