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Arquivado inquérito sobre surto de covid num lar

Informação sobre o arquivamento da investigação no Ministério Público foi avançada pela fundação que detém o lar

O inquérito do Ministério Público (MP) sobre o surto de covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, que em 2020 provocou 18 mortos, foi arquivado, divulgou a proprietária da instituição.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), proprietária do lar, indicou ter recebido na segunda-feira “o despacho de arquivamento sobre todos os factos sob investigação na sequência do surto de covid-19”.

“Foi com a serenidade daqueles que têm a consciência tranquila de terem feito tudo o que lhes era possível que recebemos a notificação do arquivamento do processo de inquérito que resultou dos diversos relatórios e denúncias que chegaram ao MP”, realçou. Segundo a FMIVPS, foram arquivadas “todas as matérias objecto de investigação”, nomeadamente em relação aos “hipotéticos maus tratos a idosos”, ao surto, às causas da morte de utentes e à actuação de trabalhadores e da gestão do lar, entre outras. “Assim, e sem prejuízo de posteriores avaliações pela Justiça contra os responsáveis pelos julgamentos cruéis e desumanos feitos em praça pública, no caso presente fez-se, para já, justiça num processo de inquérito totalmente arquivado.”

No comunicado, a FMIVPS referiu ainda que, actualmente, continua a cuidar de 79 idosos na sua Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), a qual regista uma lista de intenções de entrada de mais 85 pessoas. O surto de covid-19 no lar da FMIVPS foi detectado em 18 de Junho de 2020 e provocou a morte de 16 utentes, de uma funcionária da instituição e de um homem da comunidade. A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou à Lusa, em Agosto de 2020, que o MP tinha instaurado um inquérito sobre o surto de covid19 neste lar e que estava a analisar um relatório da Ordem dos Médicos (OM) sobre a instituição.

Este relatório concluía que o lar não cumpria as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e apontava responsabilidades à administração e também críticas à Autoridade de Saúde Pública e à Administração Regional de Saúde.

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2023-06-08T07:00:00.0000000Z

2023-06-08T07:00:00.0000000Z

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