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Marcelo remete avaliação do caso SIS para o Conselho de Estado

Sofia Rodrigues

Reunião será no final de Julho

O Presidente da República remeteu eventuais consequências políticas resultantes da comissão de inquérito da TAP e de outras audições sobre o Serviço de Informações de Segurança (SIS) para o Conselho de Estado marcado para o final de Julho, em que haverá “uma perspectiva global” sobre um “processo em curso”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas em Joanesburgo, África do Sul, onde visitou o Museu do Apartheid com o primeiro-ministro, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal.

O Presidente foi questionado sobre se acompanhou as audições parlamentares desta terça-feira dos ex-ministros Pedro Nuno Santos e João Leão a propósito da TAP e também do actual secretário de Estado do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, sobre o seu papel na intervenção dos serviços de informações na recuperação de um computador retirado do Ministério das Infra-Estruturas.

“Não queria, aqui no estrangeiro, falar disso. Lembrava-vos que vos disse que era importante esperar por Julho, temos Conselho de Estado e, nessa altura, teremos uma perspectiva global de um processo que está ainda em curso”, afirmou, em declarações transmitidas pela RTP3, remetendo para o prazo previsto para o fim dos trabalhos da comissão de inquérito à TAP, que é em meados de Julho.

Questionado sobre se é nessa altura que vai esclarecer todas as dúvidas, Marcelo respondeu afirmativamente: “Estando um processo em curso, é melhor esperar pelo fim do processo, já não falta muito.”

O Presidente tinha anunciado a marcação de um Conselho de Estado para o final de Julho (ainda sem data marcada) para discutir a situação política, económica e social, confluindo com o final dos trabalhos da comissão de inquérito à TAP. Era também esse timing que António Costa já tinha apontado como o momento de retirar conclusões de todo o caso gerado pela indemnização de 500 mil euros dada à ex-administradora Alexandra Reis e que, entretanto, resultou na polémica intervenção do SIS.

Antes, já a 21 de Junho, há outro Conselho de Estado, mas não terá o ponto de agenda sobre a situação interna por ter como convidada a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

Momentos antes das declarações do Presidente, o primeiro-ministro foi também abordado por jornalistas para comentar as audições de terçafeira, mas recusou-se a prestar declarações sobre o assunto.

Ao fim do dia, falando com um grupo de estudantes sul-africanos de português, num tom descontraído, Marcelo haveria de lembrar o seu antigo aluno na Faculdade de Direito António Costa, como “brilhante” mas que “estudava pouco”. “Quando o primeiro-ministro era um estudante, foi meu aluno, com a idade de 19 anos. Já era inteligente, brilhante e pró-activo, muito activo. Estudava muito pouco, estava envolvido na política a maior parte do tempo”, declarou o chefe de Estado.

António Costa ainda fez um gesto dando a entender que, na sua perspectiva, as coisas com ele, quando era estudante, não eram bem assim. Mas Marcelo Rebelo de Sousa prosseguiu:

António Costa “teve 17 em 20”. “Em Portugal, o máximo é 20, o que é muito bom para alguém que não estudava nada”, comentou o Presidente da República, gerando uma gargalhada na sala.

Mais à frente, nesta mesma sessão, o Presidente da República tentou passar para o primeiro-ministro a resposta a uma das perguntas feitas por estudantes, mas António Costa rejeitou: “Eu não estudei”, alegou, ouvindo-se novamente risos na plateia. com Lusa

Política Polémica De João Galamba Ainda Por Esclar

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2023-06-08T07:00:00.0000000Z

2023-06-08T07:00:00.0000000Z

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