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Poluição: Porto cumpre lei actual, mas ainda ultrapassa limites da OMS

Tudo indica que o Porto irá chegar ao fim de 2022 com boas notícias: as medições de dióxido de azoto (NO2) na estação “mais crítica” da cidade, na Praça Francisco Sá Carneiro, estão, até agora, nos 34 microgramas por metro cúbico, o que fica abaixo daquilo que a legislação actual define (40), revela ao PÚBLICO Francisco Ferreira, presidente da associação Zero. “A qualidade do ar será, aparentemente, melhor”, observa.

A melhoria está, no entanto, longe de satisfazer aquilo que a Organização Mundial de Saúde pretende. As linhas de orientação desta entidade definem, actualmente, um limite médio anual de 10 microgramas.

O Porto – tal como Lisboa e Guimarães – definiu 2030 como meta para cumprir a neutralidade carbónica. E isso, opina Francisco Ferreira, implica mais acção. Para isso, é essencial “limitar a circulação automóvel”, algo que “o Porto ainda não fez”, diz o professor de Qualidade do Ar na Universidade Nova de Lisboa. “Vai ter mais uma linha de metro e tem algumas ruas pedonais, mas não tem zonas de zero emissões. É preciso ir mais longe nessas medidas”.

A Câmara do Porto “participou e contribuiu em dois planos de melhoria da qualidade do ar para a mitigação de excedências ao nível das PM10 [partículas inaláveis, de diâmetro inferior a 10 micrómetros] desde 2007”, refere o gabinete de comunicação ao PÚBLICO.

As medidas aplicadas passam por “lavagem diária de rua pelos serviços municipais, abate de veículos antigos, renovação de frota municipal, da empresa Porto Ambiente e da STCP, com transição acentuada para veículos a gás natural, biodiesel, eléctricos e futuramente a hidrogénio, revisão de percursos, paragens e terminais dos operadores de transporte rodoviário pesado de passageiros, estudo da possibilidade de serem criadas vias reservadas a automóveis ligeiros particulares, que transportem mais de um ocupante e carros eléctricos ou híbridos e até a pedonalização de arruamentos”.

No Porto, sublinha Francisco Ferreira, há apenas duas estações de medição (a de Sobreiras — Lordelo do Ouro e a da Praça Francisco Sá Carneiro, nas Antas, que não publicou dados durante algum tempo), o que se afigura “muito limitado”.

A das Antas está em “processo de relocalização, dentro do mesmo parque de estacionamento, de modo a cumprir os requisitos de afastamento da CE”, diz a Câmara. “Será intenção da CCDR-N equipar as estações com aparelhos mais actuais e com maior eficiência.” M.C.P.

Local Estudo Do Iscte E Do Instituto Superior Técn

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2022-11-28T08:00:00.0000000Z

2022-11-28T08:00:00.0000000Z

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