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Lorenzo De’ Médici: “O meu nome é como um íman”

O descendente de Lourenço, o MagníÄco, veste o papel de embaixador de Leonardo da Vinci — Experiência de Arte Imersiva, que se pode visitar no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, até domingo

Carla B. Ribeiro

Depois de ter inaugurado em Milão, nos 500 anos sobre a morte do génio florentino, em 2019, e de ter viajado pelo mundo durante a pandemia, a Leonardo da Vinci — Experiência de Arte Imersiva chegou a Lisboa num formato inédito: foi montada na Praça Central do Centro Comercial Colombo (CCC), em Lisboa, e o seu acesso é gratuito. Termina neste domingo.

Para Lorenzo De’ Médici, embaixador da exposição, esta é “extremamente importante” para conseguir que as pessoas se nutram com alimentos aos quais não estão habituados, como a cultura. “Quem cá vem não chega à procura de cultura, mas acaba por a encontrar”, diz o descendente da poderosa família sem a qual “Leonardo não seria o Leonardo”.

Ao PÚBLICO recorda como o nome já foi motivo de vergonha. Hoje, aos 70 anos, diz que já abraçou a herança dos criadores do Renascimento.

Qual o seu papel na exposição?

Oficialmente, fui nomeado embaixador, o que significa que falo sobre a exposição apoiando-me no meu nome, no meu apelido. Isto, porque há uma relação entre os dois que é de vital importância.

Que importância é essa?

Sem os Médicis, Leonardo não seria Leonardo. E realmente não se sabe como tudo aconteceu. Leonardo teve a sorte de cair nas boas graças de Lourenço, o Magnífico, e este deu-lhe pequenas coisas a fazer em Florença — mas Da Vinci queria algo mais, já que tinha uma genialidade transbordante, tinha muitas ideias, em todos os domínios.

Da Vinci contou assim com o apoio dos Médicis.

Da Vinci pediu ao Magnífico, que era o senhor de Florença, se lhe podia escrever uma recomendação para ir tentar a sua sorte no ducado de Milão. E Lourenço escreveu e explicou que ele era como um engenheiro, como um arquitecto, como um desenhista — e também pintor. Quando chegou a Milão, foi nomeado engenheiro do ducado, tendo desenhado muitas fortalezas e estruturas militares. Também inventou armas. E deixou a sua obra-prima, A Última Ceia. Assim, o empurrão que Lourenço lhe deu foi indispensável. O que teria acontecido, se tal não tivesse ocorrido? Não sabemos.

Como se pode resumir a relação entre os Médicis e a arte?

Nós inventámos o Renascimento, e Lourenço ajudou muitos artistas como Miguel Ângelo, Botticelli, Rafael, artistas que hoje não se conheceriam, se não tivessem tido a ajuda de o Magnífico.

Quando diz “inventámos o Renascimento”, sente esse feito como seu?

Quando se fala de arte, de Renascimento, sinto-me muito envolvido, é algo que a minha família fez nos últimos 700 anos.

E é também através da arte que a família ganha importância?

Foi antes através do dinheiro (risos). Os Médicis eram a família mais rica da Europa, e graças ao dinheiro podiam encomendar obras aos artistas, ajudá-los e criar toda esta escola renascentista. Não se pode esquecer que a obra maior do tempo de Cosme de Médici é a Cúpula da Duomo, de Brunelleschi, que ofereceu a Florença. Mas os Médicis são muito diferentes das outras famílias, que se dedicavam a construir fortalezas e se afirmavam pela força. Os Médicis nunca construíram fortalezas, construíam

villas e palácios.

Como se lida com esta herança?

Em jovem, estava farto. De tal maneira que aos 17 anos, em que era um rebelde, recusei-me a usar o meu nome, dava-me vergonha apresentar-me como Médici. Usei o da minha mãe durante dez anos. Agora, aos 70 anos, já me habituei. Já vi tanta coisa...

Como assim?

O nome Médici é como um íman; as pessoas sentem-se atraídas. Pessoas que não conheço, de todo o género. Tenho cinco mil seguidores no Facebook e não conheço a maioria. E há gente totalmente fora deste mundo, como um advogado de Frankfurt que me escreveu a oferecer-se para ser adoptado, já que eu não tinha filhos. (risos)

Todos se aproximam de forma interesseira?

Não, também há histórias bonitas. Quando vivi em Barcelona, um senhor de Valência construiu uma catedral com fósforos e queria enviar-ma de presente. Mas não sabia a minha morada. Então, dirigiu a encomenda a “Lourenço de Médici, Barcelona”. E chegou.

Como encara trazer a exposição para um centro comercial?

O CCC tem um programa que aborda a arte, e nesta praça todos os anos ocorrem momentos de arte. Este ano calhou a Leonardo e é uma maneira de levar o artista às pessoas. Porque é um centro comercial, não é um museu. É um lugar de passagem, mas ao mesmo tempo, sem gastar um euro, é possível ver uma exposição fantástica e abrir-se a um mundo novo, que antes alguém não conhecia, nem lhe interessava. Mas como está aqui acaba por espreitar.

24h; Mundo Jurássico: Domínio M12. 21h50; Mínimos 2 11h, 13h30, 16h15, 18h40 (V.Port./2D); Thor: Amor e Trovão M12. 13h, 15h50, 18h50, 21h40, 23h30; Bullet Train: Comboio Bala M16. 12h40, 15h30, 18h25, 21h20, 00h20; DC Liga dos Super-Pets M6. 11h10, 13h50, 16h30, 19h10 (V.Port./2D); Cerco Americano M16. 21h

Medeia Nimas

Av. 5 Outubro, 42B. T. 213142223

A Mãe e a Puta M16. 11h30; Stalker 21h; Uma Mulher Sob Influência 15h30; Mulher de Um Espião M12. 18h30;

UCI Cinemas - El Corte Inglés

Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 213801400

Operação Secreta M12. 16h05, 21h30;

O Meu Verão Em Provença M12. 14h10, 16h45, 21h20; A Lei de Teerão M14. 18h35; Top Gun: Maverick M12. 13h25, 16h15, 19h05, 21h55; Men M16. 19h25, 21h55; Mundo Jurássico: Domínio M12. 18h55, 22h; Um Corpo Que Dança

- Ballet Gulbenkian 1965-2005 M12. 13h55; Elvis M12. 14h15, 18h20, 21h45; Mínimos 2: A Ascensão de Gru

M6. 13h50, 16h, 18h45 (V.Port./2D), 21h10 (V.Orig./2D); Mulher de Um Espião M12. 16h40, 19h10, 21h35; Thor: Amor e Trovão M12. 13h40, 16h20, 21h30; O Pai Tirano 15h55, 21h15; Estrada Fora 14h20, 17h; Que Mal Fizemos Todos a Deus? 14h25, 16h55, 19h30, 21h50; Crepúsculo 14h05, 16h10, 21h25; Bullet Train: Comboio Bala M16. 13h45, 15h, 16h35, 18h30, 19h20, 21h40, 22h05; DC Liga dos Super-Pets M6. 14h, 16h30 (V.Port./2D), 19h (V.Orig./2D);

O Livro do Amor M12.

13h35; Alcarràs 18h50; O Último Autocarro M12. 19h15; Margrete - Rainha do Norte M14. 13h20, 18h40

UCI Cinemas - Ubbo

Estrada Nacional 249/1, Venteira.

Top Gun: Maverick M12. 13h15, 16h10, 19h10, 21h55; Men M16. 14h20, 16h50, 19h15, 21h50; Mundo Jurássico: Domínio M12. 13h40, 17h, 21h15; Buzz Lightyear M6. 16h (V.Port./2D); Buzz Lightyear M6. 14h10 (V.Port./2D); Elvis M12. 18h15, 21h30; Mínimos 2 M6. 13h45, 16h05, 18h45, 21h20 (V.Port./2D); Thor: Amor e Trovão M12. 13h30, 16h15, 19h05, 21h45;

2 Duros de Roer 21h35; Que Mal Fizemos Todos a Deus? 16h40, 18h55, 21h25; Bullet Train: Comboio Bala M16. 15h, 18h30, 21h40; DC Liga dos Super-Pets M6. 14h, 16h30, 19h (V.Port./2D)

Cascais Cinemas Nos CascaiShopping

Alcabideche. T. 16996

Top Gun 13h30, 16h15, 19h, 21h45; Men M16. 14h30, 18h30, 22h; Mínimos 2 M6. 13h15, 15h45, 18h (V.Port./2D), 20h30, 23h (V.Orig./2D); Thor: Amor e Trovão M12. 14h15, 17h15, 20h15, 22h45; Que Mal Fizemos Todos a Deus? 21h; Bullet Train: Comboio Bala M16. 12h45, 15h30, 18h30, 21h30; DC Liga dos Super-Pets M6. 13h45, 16h, 18h45 (V.Port./2D); Que a Festa Comece! M12. 12h30, 15h, 17h30, 20h, 22h15; Bullet Train: Comboio Bala M16. Sala IMAX - 14h, 17h, 19h45, 22h30

O Cinema da Villa - Cascais

Avenida Dom Pedro I. T. 215887311 Mínimos 2: A Ascensão de Gru M6. 13h50, 15h40 (V.Port./2D); Mulher de Um Espião M12. 14h45, 17h, 19h15,

21h30; Estrada Fora 19h35, 21h25; Que Mal Fizemos Todos a Deus? 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h35; Crepúsculo 14h15, 16h, 17h45, 19h30, 21h15; Bullet Train: Comboio Bala M16. 14h20, 16h45, 19h10, 21h35; DC Liga dos Super-Pets M6. 17h30 (V.Port./2D)

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